domingo, 29 de abril de 2007

Poema de Duas Almas Perdidas

(Giuliano Pelaquin - 2007)

Lembro-me com alegria,
Do cheiro de pele que me trás nostalgia.
Os alentos perturbavam o bem estar,
Que senti todas as vezes que toquei teu corpo.
Em meio aos teus cabelos me perdi,
Sem saber que mais perdido eu estaria,
Quando não os tivesse mais.

Tateando a sua volta eu via,
Que aos poucos me refazia.
E quando a noite dava lugar ao dia,
Estava pronto, com sono, mas feliz.
Em um balde de água fria, enfio a cara,
Já gelada, do orvalho que escorria.
Se não era de mentira, hoje posso lhe contar.
Tive tudo que queria, quando vi no seu olhar o afeto, cintilante.
Já completo eu pude crer.

Esperei por outras vezes, paciente entre as cortinas,
Onde as luzes permeavam o meu lado,
E a penumbra vinha me acalentar.

Mulher de uma noite, infame indutora do pecado.
Dissipaste dele as palavras,
Transformaste-lhe num homem calado.

Mulher da carne fraca, sua boca emoldurada,
Só profere o estático. Já prefere o mal falado,
Ante ao tolo enamorado.

Mulher da vida ambígua,
Pela noite tu desfila, és rainha,Mas ao dia tu choras, és sozinha.

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