sexta-feira, 25 de maio de 2007

Prosseguindo a viagem da Hedi!! (o texto é grande mas vale a pena)

Após alguns comentários que foram debatidos no fotolog da Hedi, juntei um monte de coisa que eu andei vendo e que foram me levando a viagens que transcenderam as viagens mais extensas que eu já havia feito nos longínquos caminhos que passam pelas minhas sinapses e se desligam de um processo corpóreo até chegar num processamento mental ilimitado. As vezes limitado (sempre tem alguem pra falar, hey... acorda!!).

Tudo começou com a seguinte citação da Hedi:

"MUITOS HOMENS CASAM- SE ESPERANDO Q SUAS MULHERES NUNCA MUDEM, JÁ MUITAS MULHERES CASAM-SE ESPERANDO QUE SEUS MARIDOS UM DIA MUDEM!!!! realmente o mundo tá perdido,,,q barbaridade! ninguém passa a ser o q nunca foi, e ninguém será sempre o mesmo o resto da vida!!! Quiçá, a pessoa que quer q a outra mude esperava outra pessoa para aturar sei lá ,,eu pelo menos, basta q eu tome um bom banho para eu sair uma pessoa mudada após ele!!!! cada louco com sua mania, só não dá para querer q a água passe a ser absinto... "

Não se atendo tanto a questão dos intuitos de cada um ao se casar, começou um "debate" de opiniões acerca da questão da mutabilidade. Apesar de seres de uma mesma espécie, quão diferentes somos. Graças a Deus porque se fossemos todos iguais, ninguém teria mais a menor graça. De qualquer forma dentre as múltiplas características que diferem um ser humano do outro, podemos descrever uma dificuldade de alguns a se adaptarem ou mesmo a aceitar as mudanças. Simplesmente para facilitação dos méritos descritivos, vamos nominá-los por estáticos. A corrente antagônica à dos estáticos, nominamos por mutantes (mutáveis constantes). Aqueles que não se mantêm com uma opinião fixa ou mesmo com um comportamento pré definido por seu próprio padrão.
PS.: Para quem não leu o livro "Quem roubou meu queijo?" vale a pena e tem tudo a ver.

A partir disso surgiu a dúvida:
Mas será possível transformar um estático num mutante ou vice-versa??

Segundo a Hedi, "qualquer um pode mudar sua opinião,,principalmente se a pessoa não tem vocação para a ignorância,,,"
(todo mundo adoro essa parte da vocação para a ignorância huehuehash)

A minha viagem começa aqui.

Também acho que qualquer um pode mudar sua opnião, mas nesse caso dos "mutantes" e "estáticos", a coisa se torna mais complicada. Vejo isso como um perfil de personalidade e esta, por sua vez, não é simplesmente modificada (independentemente da vocação ou não para ignorância haahaha). Creio que ela possa ser moldada para ser melhor controlada, mas ainda assim os traços naturais da personalidade nunca deixarão de interagir nos pensamentos e atitudes que o indivíduo vier a tomar.
(É a partir daqui que a coisa complica.)
Será que isso implicaria em uma perda parcial do livre arbítrio sendo nós um tanto quanto sujeitos a um traço já pré existente que vem da personalidade?
Não teríamos então nem mesmo um controle total sobre nossas escolhas?
Você já se pegou tendo que tomar uma atitude, sabendo que na hora poderia não conseguir fazer do jeito que você queria, e acabar tendo outra diferente?
Depois a reação é sempre a mesma. Putz eu não devia ter feito isso, mas chegou na hora não deu.
Posso descrever isso como um tímido por exemplo que planeja:
Eu vou conversar com aquela garota para chamá-la para o cinema. Na hora de efetuar a ação planejada a voz não sai, ele engasga, da tudo errado e ele ainda acaba não chamando a garota para o cinema. Isso porque ele ficou nervoso na hora de por em prática sua idéia e ele ficou nervoso por um traço de sua personalidade que dificulta sua interação com outras pessoas, a timidez.

A questão se agravou ainda mais na minha cabeça após ver um documentário da BBC na TVE quarta-feira agora. O documentário falava sobre pesquisas efetuadas no cérebro. Eles fizeram vários testes com pessoas que se ofereceram. Dopavam o colaborador com anestésico e viam a velocidade e as áreas do cérebro que reagiam conforme ele ia pensando. Depois em um outro teste pegaram uma pessoa normal, em sã consciência e não dopada olhando para um tipo de um relógio com um ponteiro que girava mais rápido. Ela tinha que tomar a decisão de parar o ponteiro quando quisesse e para pará-lo bastava apertar um botão. Após repetidas vezes, os cientistas verificaram a atividade cerebral que ocorria no momento em que ela sentia vontade e tomava decisão de apertar o botão para parar o ponteiro. Percebeu-se que o cérebro manifestava atividade até um segundo antes de ela sentir vontade de apertar o botão. Seria isso um indício de que o cérebro influi nas suas decisões antes mesmo que você as tome?
Esta seria mais uma confirmação e desta vez de cunho científico que põe em dúvida a questão da totalidade do livre arbítrio.

Eu particularmente, ainda submerso em minhas crenças fico a imaginar que tudo isso não passa de uma limitação dessa cápsula, que utilizamos nesta breve jornada por esse mundo, chamada corpo. Este não passa de uma máquina e, assim como tal, tem suas limitações. Assim como um computador demora para abrir um programa após o comando, nosso cérebro pode ter uma perícia tão incrível em determinadas áreas de si, que o resto de seu contexto não acompanhe. Dessa forma, a área mais provida de velocidade poderia já estar efetuando uma atividade de vontade de uma idéia que está prestes a ser criada pela outra área.
Isso me fez pensar ainda na questão de que se esse corpo é apenas uma roupa que utilizamos para nos mantermos na densidade exigida pela Terra, talvez a idéia venha de outro lugar. A nossa mente não faz parte do nosso corpo. Ela provém do mais interior de nós, o nosso ser original ou espiritual. Este que é isento de matéria, pelo menos desta que conhecemos e que poderia estar situado em qualquer outra dimensão. Os pensamentos não vão vir do seu corpo (sua roupa), mas sim da sua mente. Então o que explica o cérebro ter reações de impulso antes mesmo da ação ser criada pela mente?
Talvez nosso corpo seria como uma roupa de astronauta que tivesse inteligência artificial. Ela já é pré-programada para ter determinadas atitudes e até vontades próprias que de certa forma influem no nosso espírito nos ajudando a tomar ou não decisões. Ela seria apenas um centro de iniciativas. Isso talvez seria o mais estreito vínculo entre corpo e alma. É difícil imaginar por onde haveria o vínculo entre essas duas partes para que uma funcione simultaneamente com a outra formando uma unidade. Eu poderia dizer talvez que o cérebro seja o controle remoto da alma para controlar o corpo.
(Deixemos agora qualquer tipo de crença de lado para poder ir mais longe nessas idéias).
Se é que esse corpo realmente é pré-programado para ter iniciativas, alguém tem de ter programado ele anteriormente a seu uso. Não seria possível que ele tenha sido também escolhido por esse espírito que é você em sua essência?

De uma coisa ninguém pode negar. Não é por acaso que estamos aqui. Eu penso que todos temos uma missão a cumprir aqui. O que teria então de absurdo na idéia de que antes de colocarmos nós mesmos em uma missão, poderíamos escolher as características que mais ajudariam a completar essa missão? Como em um jogo que você escolhe o avatar com suas fraquesas e aptidões.
Quando eu pensei nisso pela primeira vez eu fiquei feliz, porque percebi que mesmo não sabendo qual seria uma possível missão pra mim aqui na Terra, eu me escolheria como sou para a realização de qualquer coisa.

Para não deixar escapar nada, o último tópico que me fez refletir na questão principal de tudo isso, que é a existência de uma parcialidade no livre arbítrio, foi uma crônica que eu li de um jornalista que escreve para o site da sercomtel chamado Walmor Macarini.

Em um texto chamado "VIDAS SUCESSIVAS EXPLICANDO TUDO", ele cita uma idéia que por mais que bata de frente com diversas crenças, é um tanto quanto curiosa.
Ele acredita que "estamos aqui exercendo contratos que pré-estabelecemos para nós próprios e de cuja lembrança não temos memória, porque esse esquecimento é também do livre-arbítrio individual e do contrato, para que se opere o mérito de todas as coisas que se fizer e que venham a nos acontecer".

Assim ele mostra sua idéia de livre arbítrio como algo que todos temos e que permite mudar idéias pré-traçadas por nós mesmos MAS NÃO NA SUA TOTALIDADE. Para explicar isso ele diz que seria como um trem onde nós somos os passageiros. Podemos nos movimentar. Mudar de lugar e ir de um vagão a outro mas o destino do trem será o mesmo.

Me desculpem aos que ficarem horrorizados com as idéias ou que simplesmente sentirem que suas crenças foram atingidas por qualquer motivo, mas a filosofia não existe sem a quebra de paradigmas. Tudo isso são apenas pensamentos baseados puramente em idéias e achismos assim como vários achismos que são ditos por certos e que vivemos e acreditamos muitas vezes sem fazer uma análise de pensamentos como essa para pelo menos imaginar o haver ou não de possibilidades.

Matemática de Mendigo

Essa foi uma pesquisa realizada por um estagiário de nível superior. Eu nunca tinha parado pra pensar nisso e quando li o email fiquei indignado.

Um sinal de trânsito muda de estado em média a cada 30 segundos (trinta segundos no vermelho e trinta no verde). Então, a cada minuto um mendigo tem 30 segundos para faturar pelo menos R$ 0,10, o que numa hora dará: 60 x 0,10 = R$6,00. Se ele trabalhar 8 horas por dia, 25 dias por mês, num mês terá faturado: 25 x 8 x 6 = R$ 1.200,00.

Será que isso é uma conta maluca?

Bom, 6 Reais por hora é uma conta bastante razoável para quem está no sinal, uma vez que, quem doa nunca dá somente 10 centavos e sim 20, 50 e às vezes até 1 Real. Mas, tudo bem, se ele faturar a metade: R$ 3,00 por hora terá R$600,00 no final do mês, que é o salário de um estagiário com carga de 35 horas semanais ou 7 horas por dia. Ainda assim, quando ele consegue uma moeda de R$1,00 (o que não é raro), ele pode descansar tranqüilo debaixo de uma árvore por mais 9 viradas do sinal de trânsito, sem nenhum chefe pra encher por causa disto.

Mas isto é teoria, vamos ao mundo real. De posse destes dados fui entrevistar uma mulher que pede esmolas, e que sempre vejo trocar seus rendimentos na Panetiere (padaria em frente ao CEFET). Então lhe perguntei quanto ela faturava por dia. Imagine o que ela respondeu? É isso mesmo, de 35 a 40 reais em média o que dá (25 dias por mês) x 35 = 875 ou 25 x 40 = 1000, então na média R$ 937,50 e ela disse que não mendiga 8 horas por dia.

Moral da História: É melhor ser mendigo do que estagiário, e pelo visto, ser estagiário é pior que ser Mendigo... Se esforce como mendigo e ganhe mais do que um estagiário. Estude a vida toda e peça esmolas; é mais fácil e melhor que arrumar emprego.

Lembre-se: O presidente Lula não estudou, não trabalhou, não sabe o próprio nome, mas tem 3 fontes de renda e ainda esnoba a nação inteira com palácios, aviões, viagens internacionais, carros importados, bebidas caríssimas... etc
Mendigo não paga 1/3 do que ganha pra sustentar isso!!!!!.
Viva a Matemática. E viva a pilantragem que tomou conta do país!!!!!!

terça-feira, 22 de maio de 2007

Sábias palabras

"Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem dinheiro para recuperar a saúde.
E por pensarem ansiosamente no futuro, esquecem do presente de tal forma que acabam por não viver nem o presente nem o futuro.
E vivem como se nunca fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido."

Tenzin Gyatso, atual Dalai Lama.

terça-feira, 15 de maio de 2007

PILOTO E CO-PILOTO CEGOS

No aeroporto o pessoal estava na sala de espera esperando a chamada para embarcar.Nisso aparece o co-piloto, todo uniformizado, de óculos escuros e de bengala branca, tateando pelo caminho. A atendente da companhia o encaminha até o avião e assim que volta explica que, apesar dele ser cego, é o melhor co-piloto da companhia. Alguns minutos depois, chega outro funcionário também uniformizado, de óculos escuros, de bengala branca e amparado por duas aeromoças.A atendente mais uma vez informa que, apesar dele ser cego, é o melhor piloto da empresa e, tanto ele quanto o co-piloto, fazem a melhor dupla da companhia.Todos os passageiros embarcam no avião preocupados com os pilotos.O comandante avisa que o avião vai levantar vôo e começa a correr pela pista cada vez com mais velocidade.Todos os passageiros se olham, suando, com muito medo da situação. O avião vai aumentando a velocidade e nada de levantar vôo. A pistaestá quase acabando e nada do avião sair do chão.Todos começam ficar cada vez mais preocupados. O avião correndo e a pista acabando.O desespero toma conta de todo mundo. Começa uma gritaria histérica no avião.Nesse exato momento o avião decola, ganhando o céu e subindo suavemente.O piloto vira para o co-piloto e diz: Se algum dia o pessoal não gritar, a gente tá ferrado.

Moral: OUVIR OS CLIENTES É FUNDAMENTAL!!!

Seja um idiota

A idiotice é vital para a felicidade

Gente chata essa que quer ser séria, profunda e visceral sempre.
Putz! A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado? Deixe a seriedade para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores e afins. No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota!

Ria dos próprios defeitos. E de quem acha defeitos em você. Ignore o que o boçal do seu chefe disse. Pense assim: quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele. Pobre dele.

Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Trate seu amor como seu melhor amigo, e pronto. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, mas não consegue rir quando tropeça?hahahahahahahahaha!...

Alguém que sabe resolver uma crise familiar, mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana? Quanto tempo faz que você não vai ao cinema?

É bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Desaprenderam a brincar. Eu não quero alguém assim comigo. Você quer? Espero que não.

Tudo que é mais difícil é mais gostoso, mas... a realidade já é dura; piora se for densa. Dura, densa, e bem ruim. Brincar é legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não chorar, não andar descalço, não tomar chuva. Pule corda!

Adultos podem (e devem) contar piadas, passear no parque, rir alto e lamber a tampa do iogurte. Ser adulto não é perder os prazeres da vida e esse é o único "não" realmente aceitável. Teste a teoria. Uma semaninha, para começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que realmente são: passageiras.

Acorde de manhã e decida entre duas coisas: ficar de mau humor e transmitir isso adiante ou sorrir... Bom mesmo é ter problema na cabeça, sorriso na boca e paz no coração!

Aliás, entregue os problemas nas mãos de Deus e que tal um leitinho gostoso agora? "A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios".
"Por isso cante, chore, dance e viva intensamente antes que a cortina se feche"

Arnaldo Jabor

terça-feira, 8 de maio de 2007

É foda... mas é verdade!


Chega a ser engraçado né? Me vi nessa situação esses dias atrás quando fui até Cambé em busca do meu celular que foi roubado. Ao ver o rapaz que, creio eu, era o portador do meu aparelho, comecei a tentar convencê-lo a me falar que o aparelho estava com ele para que me fosse revendido. O pior de tudo é que não teve jeito. Ele não assumiu saber do paradeiro do extraviado. Fico eu então agora com meu Nokia QG - Modelo Quebra Galho, sem saber se dou risada e assumo a situação crítica do país ou se choro um pouquinho e fecho os olhos por mais um tempo, ver se tudo não passa de um momento. Quem sabe um "dia de fúria" de várias pessoas, ao mesmo tempo, que não suportaram o stress da dificuldade para se ganhar um puto hoje em dia.

domingo, 6 de maio de 2007

Introdução ao estado de espírito estático inquietante

A insipiência do ócio não produtivo,
Maleficência de acasos já duvidosos
E o nó que nos transporta para o ínfimo de nós mesmos;

Colapso de certezas intuitivas
Se encarregam de lhe fartar de insegurança
E o eu passa a ser a maior dúvida de todas

Força é o que procuro em meio a tréguas dadas pelo álter.
O desespero já não me ataca e nem fica próximo de afligir
Mas o sistema auto protetor nos leva a uma inércia sem fim.

A inércia nos leva ao nada
E o nada nos leva a insipiência do ócio não produtivo
Tal ciclo nos faz devir uma saliência insólita em meio a engrenagem de movimentos e conceitos que denominamos por Terra.

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Belas Palavras

SOLILÓQUIO DE UM VISIONÁRIO
(Augusto dos Anjos)

Para desvirginar o labirinto,
Do velho e metafísico Mistério,
Comi meus olhos crus no cemitério,
Numa antropofagia de faminto!

A digestão desse manjar funéreo,
Tornado sangue transformou-me o instinto,
De humanas impressões visuais que eu sinto,
Nas divinas visões do íncola etéreo!

Vestido de hidrogênio incandescente,
Vaguei um século, improficuamente,
Pelas monotonias siderais...

Subi talvez às máximas alturas,
Mas, se hoje volto assim,com a alma às escuras,
É necessário que inda eu suba mais!

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A UM AUSENTE
(Carlos Drummond de Andrade)

Tenho razão de sentir saudade, tenho razão de te acusar.
Houve um pacto implícito que rompeste e sem te despedires foste embora.
Detonaste o pacto. Detonaste a vida geral, a comum aquiescência de viver e explorar os rumos de obscuridade sem prazo sem consulta sem provocação até o limite das folhas caídas na hora de cair.
Antecipaste a hora. Teu ponteiro enlouqueceu, enlouquecendo nossas horas.
Que poderias ter feito de mais grave do que o ato sem continuação, o ato em si, o ato que não ousamos nem sabemos ousar porque depois dele não há nada?
Tenho razão para sentir saudade de ti, de nossa convivência em falas camaradas, simples apertar de mãos, nem isso, voz modulando sílabas conhecidas e banais que eram sempre certeza e segurança.
Sim, tenho saudades. Sim, acuso-te porque fizeste o não previsto nas leis da amizade e da natureza nem nos deixaste sequer o direito de indagar porque o fizeste, porque te foste.

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ORAÇÃO DA SERENIDADE
(Autor Desconhecido)

Concedei-no Senhor!
A serenidade necessária,
Para aceitar as coisas,
Que não podemos modificar;

Coragem,
Para modificar aquelas que podemos,
Sabedoria,
Para distinguir umas das outras.

terça-feira, 1 de maio de 2007

És tu também um subversivo?

Este é um trecho de um artigo publicado na Folha de São Paulo, domingo, 22 de Janeiro de 1978. Ele faz parte de uma entrevista feita por Octávio Ribeiro com o escritor João Antonio no Rio de Janeiro. Suas palavras já têm quase 30 anos e permanecem atuais.

João Antônio - É que todo indivíduo - todo e qualquer indivíduo em qualquer nível neste País, seja ele branco, preto, amarelo, que for trabalhador, está perdido, porque aqui o que menos se valoriza é a força do trabalho. Aqui só ganham dinheiro com trabalho os intermediários, os exploradores, os especuladores, porque é do próprio sistema esse jogo.

Octávio - E, eu acho que eles vão achar isso altamente subversivo, não?

João Antônio - Não quero saber de subversão. Fique sabendo o seguinte, qualquer escritor é por definição um subversivo. Qualquer arte propõe uma nova ordem, então, ela é subversiva. E qualquer sociedade que não aceitar é uma sociedade cocoroca, porque uma sociedade tem que ser dinâmica, ela tem que ser transformada. Ela não pode ser um negócio estático. Todo e qualquer artista é nitidamente um subversivo porque ele propõe uma nova ordem. Essa é que é a realidade, está entendendo? Essa palavra subversão no Brasil está sendo usada sem a menor propriedade. Os idiotas que escrevem e que dizem isso não sabem o que estão falando, entende? Porque a subversão é uma necessidade, é uma necessidade. Não existe sociedade estática, entende? Toda sociedade estática leva à decadência. Exemplo, é o fascismo do Hitler, o fascismo do Mussolini, quer dizer, acharam que já tinham descoberto a realidade, a verdade definitiva das coisas, está entendendo?