Este é um trecho de um artigo publicado na Folha de São Paulo, domingo, 22 de Janeiro de 1978. Ele faz parte de uma entrevista feita por Octávio Ribeiro com o escritor João Antonio no Rio de Janeiro. Suas palavras já têm quase 30 anos e permanecem atuais.
João Antônio - É que todo indivíduo - todo e qualquer indivíduo em qualquer nível neste País, seja ele branco, preto, amarelo, que for trabalhador, está perdido, porque aqui o que menos se valoriza é a força do trabalho. Aqui só ganham dinheiro com trabalho os intermediários, os exploradores, os especuladores, porque é do próprio sistema esse jogo.
Octávio - E, eu acho que eles vão achar isso altamente subversivo, não?
João Antônio - Não quero saber de subversão. Fique sabendo o seguinte, qualquer escritor é por definição um subversivo. Qualquer arte propõe uma nova ordem, então, ela é subversiva. E qualquer sociedade que não aceitar é uma sociedade cocoroca, porque uma sociedade tem que ser dinâmica, ela tem que ser transformada. Ela não pode ser um negócio estático. Todo e qualquer artista é nitidamente um subversivo porque ele propõe uma nova ordem. Essa é que é a realidade, está entendendo? Essa palavra subversão no Brasil está sendo usada sem a menor propriedade. Os idiotas que escrevem e que dizem isso não sabem o que estão falando, entende? Porque a subversão é uma necessidade, é uma necessidade. Não existe sociedade estática, entende? Toda sociedade estática leva à decadência. Exemplo, é o fascismo do Hitler, o fascismo do Mussolini, quer dizer, acharam que já tinham descoberto a realidade, a verdade definitiva das coisas, está entendendo?
terça-feira, 1 de maio de 2007
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Um comentário:
SIM,,,EU TBÉM , VIVA OS SUBVERSIVOS!!!!!BJUSSS GIU
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